Extra Digital

A Mão do Eurico

GILMAR FERREIRA gilmar@extra.inf.br

O documentário sobre o mais polêmico dirigente do futebol brasileiro, agora com os seus cinco capítulos na plataforma do Globoplay, nos colocou diante da possibilidade de enxergar com clareza o tanto que os clubes de futebol evoluíram em seus modelos administrativos. Por certo, ainda existem “Euricos” espalhados pelos clubes do Brasil e do mundo, tentando fazer da cartolagem um meio de vida. Mas já não encontram com facilidade um ambiente propício à perpetuação de suas duplas identidades.

A entrega sem freios em nome da suposta paixão exacerbada não é mais recebida com as honras do amadorismo. As exigências, agora, vão além da narrativa de construção de uma instituição vencedora. Os clubes de futebol são portas de entrada para gente de várias matizes e, não raramente, os mais espertos se valem do romantismo dos ingênuos para viabilizar seus interesses. Mas já há marcas perceptíveis do passo adiante que estes organismos deram em suas práticas de gestão.

O documentário, produzido e dirigido por Francisco Trigo e Rafael Pirrho, mostra o entorno da vida de um cartola à moda antiga e humaniza um personagem que dividiu o Vasco entre a paixão e a razão. Dei lá pequena contribuição para ajudar a recontar a história. Vale a pena assistir. Espero que gostem.

SELEÇÃO Após assistir cinco partidas da seleção brasileira sob o comando de Fernando Diniz, começo a concluir que o treinador agora campeão da Libertadores não conseguiu boa leitura sobre o papel dele no processo de montagem de um novo time. A falta de tempo para treinos e os constantes casos de jogadores machucados, num recorte curto do próximo ciclo de Copa do Mundo, exigiria dele mais cautela tanto na aplicação dos conceitos quanto na filosofia de jogo. O time tem se mostrado vulnerável no setor intermediário e claudicado tanto na defesa quanto no ataque. Custo a acreditar, por exemplo, que o Brasil vá encarar a Argentina, nesta terça-feira, no Maracanã, com apenas André e Bruno Guimarães como homens de meiocampo. Principalmente, sem Vini Jr. Vejam bem: para o duelo com o adversário mais difícil das Eliminatórias, o treinador não terá Ederson, Danilo, Neymar, Casemiro e Richarlison. E Gabriel Jesus, voltando de lesão, está sem ritmo de jogo. A seleção precisa assumir cuidados defensivos. Sob o risco de passar vergonha.

JOGO EXTRA

pt-br

2023-11-19T08:00:00.0000000Z

2023-11-19T08:00:00.0000000Z

https://extra-globo.pressreader.com/article/282110641343381

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