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‘OS JOGOS DE PARIS PASSAM PELA TURQUIA’

Treinador, que trocou projeto em Barueri por clube turco, fala sobre a volta de Thaísa e Ana Cristina e critica calendário

Carol Knoploch carolk@sp.oglobo.com.br

De olho em Paris-2024, José Roberto Guimarães desembarca na Turquia. Após 12 anos no Brasil, ele volta a treinar um clube no exterior, o THY, que pode servir de base para o Brasil. O técnico da seleção brasileira feminina de vôlei levará a central Diana, ex-Barueri, e a ponteira Julia Bergmann. Também convenceu Macris, campeã turca com o Fenerbahçe, a trocar de clube. Completa a “lista turca”, a ponteira Gabi.

— Os Jogos de Paris passam pela Turquia — brinca Zé Roberto, em entrevista ao GLOBO, do Japão, onde a seleção estreia na Liga das Nações. O Brasil enfrenta a China, às 6h (de Brasília), na quartafeira, sem estrelas como Gabi, Thaísa, Roberta e Rosamaria.

Por que resolveu voltar a treinar um time no exterior?

O momento. Desde que montamos o projeto em Barueri, fiquei de mãos atadas, sempre pensando em como desenvolvê-lo. E, durante este tempo, fui convidado por times no exterior. Acho que agora é hora de voltar a aprender num grande centro, com os melhores.

Ao acertar com o THY sugeriu a contratação da Diana, Julia Bergmann. Por que elas?

O mundo inteiro queria a Julia. E Diana ia voar. Na Turquia tem a Gabi, Macris e a Ana Cristina, com temporadas brilhantes. O Brasil em Paris-2024 passará pela Turquia, sem dúvida. Mas não se pode esquecer que outras estão se destacando mundo afora, como a Roberta (Polônia), Rosamaria (Itália) e Lorene (Rússia). É importante que tenham esta experiência. O ruim é que a Superliga fica abaixo.

Como avalia o desempenho da Macris no exterior?

A Macris relutou (a sair) e foi uma experiência fenomenal. Passou dificuldades mas* sempre resume em uma palavra: gratidão. Mostrou ao mundo o que tem de bom.

A Ana Cristina foi destaque na Turquia. Ela fez bem de abrir mão da seleção no Mundial para priorizar o clube?

Tudo na vida são escolhas. Mas senti sua falta. Com ela, teríamos mais opções. O Mundial foi muito difícil. O importante é que volta numa situação diferente. No ano passado, jogou pouco no clube. Para ela, foi uma boa, para a gente, não. Ela começou a temporada turca no banco, foi entrando e mostrou a que veio.

Como convenceu Thaísa a voltar para a seleção?

Ela mandou mensagem e senti que dava. Falo com as jogadoras que passaram pela seleção constantemente. Fiz um elogio, após um jogo, e começamos a falar sobre físico, rotina, sobre a vida... A porta da seleção está sempre aberta.

Gabi fez mais uma temporada incrível na Turquia. Você tem a melhor jogadora do mundo ?

Sem dúvida é a melhor do mundo na posição. Além de tudo é um exemplo de capitã. Com tudo: horário, descanso, alimentação. Atingiu um patamar que poucas conseguem, é admirada no mundo inteiro. E isso não é simples.

Como o Brasil chega para a primeira fase da VNL?

Com pouquíssimo tempo de treinamento, então não adianta ter grandes expectativas. Algumas seleções vivem o mesmo problema, exceto a China e o Japão. Estou ansioso para ver como vamos encarar este desafio juntos. É muito legal ver que apesar de todas as adversidades, elas aceitaram a convocação.

O calendário não ajuda...

Antes tínhamos margem para trabalhar. Tenho falado com a Federação Internacional. O calendário está massacrante. É preciso pensar em preservação. As atletas não podem sair de um Sul-Americano de clubes no dia 14 e começar a VNL no dia 31.

JOGO EXTRA

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2023-05-30T07:00:00.0000000Z

2023-05-30T07:00:00.0000000Z

https://extra-globo.pressreader.com/article/282213720201979

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