Pedreiro afirma não ter participação no assassinato de ator

▶ A Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) ouviu ontem o depoimento de um pedreiro que trabalhou na casa onde policiais encontraram, no último dia 22, o corpo do ator Jeff Machado. Francisco Carlos da Silva, que fazia obras no imóvel em janeiro, quando o artista desapareceu, negou qualquer envolvimento com o crime.

— Eu nunca vi nada. Só fiz o meu trabalho. Não tive conhecimento nenhum disso. Fico chateado de ter sido envolvido no caso por trabalhar lá e sinto muito pela família do rapaz. Eu não desconfiava de nada — disse Francisco Carlos, que prestou depoimento por três horas.

O corpo de Jeff estava dentro de um baú, enterrado no quintal da casa a dois metros de profundidade e coberto por uma grossa camada de concreto. O imóvel fica em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, e o pedreiro disse que foi contratado por um produtor de elenco, amigo do ator, que vem sendo tratado pela polícia como principal suspeito do crime.

— Fui contratado para levantar um muro e concretar o chão — afirmou Francisco Carlos a agentes.

A DDPA está convencida de que pelo menos quatro pessoas participaram do assassinato e da ocultação do corpo de Jeff. A casa foi alugada pelo produtor de elenco um mês antes do desaparecimento do ator, que, de acordo com investigadores, levou um golpe financeiro. Ele falou pela última vez com sua família em 21 de janeiro.

A polícia já sabe que Jeff havia dado R$ 20 mil ao produtor de elenco, que teria lhe prometido um papel em um trabalho na TV. Depois que ele desapareceu, a família do ator identificou gastos de mais de R$ 5 mil em seu cartão de crédito.

Jeff foi enterrado sábado em sua cidade natal, Araranguá, em Santa Catarina. Três mil pessoas acompanharam a cerimônia.

SUSPEITO Obra na casa onde estava o corpo teria sido feita a mando de amigo de Jeff