Extra Digital

Avião de igreja é apreendido com drogas

Pastor acredita que a aeronave seria roubada pelos traficantes no Pará

Eduardo Gonçalves eduardo.goncalves@edglobo.com.br

▶ BELÉM - A Polícia Federal abriu um inquérito para investigar como 290 quilos de skunk — espécie de maconha mais concentrada — foram parar em uma aeronave de propriedade da Igreja do Evangelho Quadrangular, uma das maiores do país no segmento pentecostal. O flagrante foi feito enquanto o avião monomotor estava estacionado em um hangar do aeroporto internacional de Belém, no último sábado.

Segundo investigadores, a carga é avaliada em cerca de R$ 4 milhões. Um funcionário terceirizado que fazia a limpeza dos hangares foi preso no local. Ele teria colocado a carga no avião por volta das 22h da última sexta-feira.

Representantes da igreja confirmaram que a aeronave pertencia à instituição religiosa e que acionaram a Polícia Federal quando perceberam a movimentação no hangar na noite de sexta.

— Foi a igreja, que é proprietária do avião, que informou à PF de acordo com essa nossa desconfiança que havia algo errado. Não é costume fazer carregamento à noite e também não havia nenhum plano de voo para o fim de semana. O que nós achamos e a polícia começa a investigar nesse sentido é que o avião seria roubado junto com a carga. E sumiria para sempre — afirmou o pastor e ex-deputado federal Paulo Bengston, que é um dos líderes da igreja Quadrangular no Pará.

‘FORTE CHEIRO’

Procurada, a PF informou que instaurou um inquérito para investigar as circunstâncias do caso e que o piloto da igreja não foi preso, pois “não foi verificada participação dele no crime”.

A aeronave acabou sendo apreendida, assim como o celular do terceirizado. Ele chegou a correr dos agentes da PF quando os viu entrando no pátio. O suspeito foi autuado por tráfico de drogas.

“A droga ocupava todo espaço que sobrava na aeronave, além dos assentos para um passageiro e o piloto. O forte odor indicava que o avião já estava carregado havia horas, no aguardo da decolagem”, diz nota divulgada pela PF.

Bengston informou que o avião costuma ser utilizado em torno de duas vezes por mês para levar pastores a cidades do interior do Pará.

Sobre a facilidade com que o terceirizado teve para carregar a droga no avião, o pastor explicou:

— É um mecanismo muito simples. Nesse tipo de avião qualquer chave abre. Como era um funcionário que trabalhava nos hangares ele já tinha um certo trânsito pelo aeroporto. Tanto que nós não desconfiamos da pessoa, mas do horário em que ele havia ido ao hangar.

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2023-05-30T07:00:00.0000000Z

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