Extra Digital

Mesmo com deflação de 0,68% em julho, preço da comida sobe

Carolina Nalin e Camilla Alcântara economia@oglobo.com.br

Puxado pela queda do preço dos combustíveis e da energia elétrica, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do IBGE registrou deflação de 0,68% em julho, segundo dados divulgados ontem. É a primeira queda no indicador desde maio de 2020 (-0,38%), auge das medidas restritivas por conta da pandemia de Covid-19, e a menor taxa registrada desde o início da série histórica, iniciada em janeiro de 1980.

Por outro lado, o grupo de alimentos e bebidas não permite trégua aos brasileiros, sobretudo às famílias mais pobres: acelerou de 0,80% em junho para 1,30%, acumulando alta de 14,72% em 12 meses.

A deflação era esperada pelo mercado, mas se configura como um movimento atípico no país. Do início do Plano Real (1994) até agora, só foram registradas 15 quedas na variação mensal do índice de preços ao consumidor brasileiro.

Apesar do alívio na variação mensal, o índice de inflação do país segue em dois dígitos no acumulado de 12 meses, com alta de 10,07% até julho. Neste ano, a inflação acumulada é de 4,77%. Para 2023, a projeção já sobe pela 18ª semana consecutiva: analistas esperam alta de 5,36%.

A queda no indicador em julho foi puxada pelos grupos Transportes e Habitação, que recuaram 4,51% e 1,05%, respectivamente, e incluem itens cujos preços são administrados, como gasolina e energia elétrica residencial. O preço da gasolina caiu 15,48% e o do etanol, 11,38%, segundo o IBGE. Só a gasolina contribuiu com -1,04 ponto percentual no índice do mês passado. Também foi registrada queda de 5,67% no preço do gás natural veicular (GNV).

GANHE MAIS

pt-br

2022-08-10T07:00:00.0000000Z

2022-08-10T07:00:00.0000000Z

https://extra-globo.pressreader.com/article/281835762474605

Infoglobo Conumicacao e Participacoes S.A.