Extra Digital

Cenário econômico atual afeta saúde

Inflação, desemprego e bolso vazio prejudicam mente e corpo, agravando risco de doenças

Bernardo Yoneshigue bernardo.yoneshigue@oglobo.com.br

▶ O cenário econômico atual, com alta inflação, taxa elevada de desemprego e crise econômica, agravou o endividamento dos brasileiros. Um quadro que afeta o bolso, mas também a saúde, apontam estudos. E os impactos vão muito além dos já conhecidos, como o aumento da ansiedade e da depressão. Pressões financeiras também estão associadas à incidência maior de doenças cardiovasculares e a um sistema imunológico enfraquecido para combater infecções, alertam especialistas.

De acordo com uma pesquisa realizada pela International Stress Management Association no Brasil, para 78% dos brasileiros a incerteza financeira é a principal causa de preocupação. Especialistas ouvidos pelo EXTRA explicam que esse estado de alerta permanente promove um quadro de estresse crônico que resulta em uma liberação constante de hormônios.

— São hormônios que respondem ao estresse físico, como durante os exercícios, mas que também respondem ao estresse psíquico em situações como o endividamento. É o caso da adrenalina, do cortisol e seus derivados, que aumentam a frequência cardíaca e a pressão arterial — explica a endocrinologista Ana Carolina Nader.

Um estudo de pesquisadores suecos publicado na revista científica “BMC Public Health” mostrou que adultos sem dinheiro guardado têm quase o dobro do risco de desenvolverem doenças cardiovasculares devido a esse desequilíbrio de hormônios.

— Esses mecanismos desencadeados pelo estresse levam a espasmos de vasos do coração, aumentando o risco de infarto e de acidente vascular cerebral (AVC). No caso de pessoas que já têm predisposição a doenças cardiovasculares, o quadro é piorado — afirma a cardiologista Salete Nacif, diretora da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo.

Os maiores impactos estão entre os mais velhos. Um estudo do Centro de Pesquisa de Finanças Pessoais da Universidade de Bristol e do Instituto Internacional de Longevidade do Reino Unido mostrou que aqueles que estão lutando para gerenciar suas finanças com mais de 50 anos são oito vezes mais propensos a ter níveis reduzidos de bem-estar mental do que as pessoas na mesma faixa etária com melhores condições econômicas.

Para amenizar esses impactos do estresse crônico no corpo e na mente, é preciso organizar as finanças e melhorar a saúde do corpo.

BEM-VIVER

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2022-07-07T07:00:00.0000000Z

2022-07-07T07:00:00.0000000Z

https://extra-globo.pressreader.com/article/281938841621084

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