SOLO, MAS SEMPRE BEM ACOMPANHADO
Cantor lança primeiro álbum como Theo Bial; trabalho inclui parceria com o pai, Pedro, e com Mart’nália
Danilo Perelló danilo.azevedo@infoglobo.com.br
Basta um primeiro olhar para ver que Theo Bial é aquele típico surfista carioca boa-praça. E o melhor: daqueles que, quando não estão no mar, têm sempre um violão a tiracolo. Um tipo que cultiva o amor, a paixão, prega a paz e, por isso, nunca está sozinho. “Nossa paixão”, aliás, é o título da música lançada na última quarta-feira, que integra o primeiro álbum solo desse jovem de apenas 23 anos. Filho de duas referências em suas áreas, o jornalista Pedro Bial e a atriz Giulia Gam, ele não só conta com a parceria luxuosa dos pais como também busca referências fora de casa. A próxima canção, a ser divulgada no dia 10 de dezembro, tem participação da nova amiga Mart’nália e se chama “Remelexo”.
— Este trabalho representa a minha vida até aqui, e o momento em que estou, de achar meu caminho e minha sonoridade — resume ele.
Depois de projetos anteriores como Theozin, duo que fez com Ogrow Beats, ele agora envereda pela bossa nova. Nessa busca, olha para trás e para frente. Do passado, lembra de dois conselhos. Um deles da época em que tinha 12 anos e conheceu Jorge Mautner na produção do documentário sobre a vida do renomado músico, “O filho do Holocausto”, dirigido por seu pai.
— Eu estava com um bloqueio para fazer letras. E Mautner disse: “Só escreve, o que quiser, mas escreve”. Isso foi uma virada de chave pra mim
— recorda Theo, que soma a esse momento um “empurrão’’ vindo de sua própria mãe: — “Enquanto você tiver um violão, você nunca vai estar sozinho”, me disse ela, incentivando que eu começasse a tocar um instrumento. Comecei aos 10 anos e não parei mais.
Giulia, por sinal, também toca, mas no seu caso é a flauta transversal. O cantor pensa em lançar músicas tocando com ela, mas sente que isso acontecerá naturalmente. Por enquanto, conta com uma direção informal da mãe em seus projetos.
— Sempre levei canções para ela, que me orienta na interpretação. É algo que tento explorar bastante, para me aperfeiçoar cada vez mais — afirma ele, recordando aquele comportamento típico de uma mãe-coruja quando ele era ainda mais novinho: — Sempre que tinha alguém tocando em algum lugar, ela ia lá e pedia para eu dar uma canja.
De canja em canja, alimentou-se o artista, que, além da bossa nova, busca se aperfeiçoar cada vez mais no samba. Theo conta que, na quarentena, aproveitou para estudar as levadas dos gêneros e se debruçou sobre história musical.
— Vou nos sambas antigos, como o Orlando Silva, de que João Gilberto gostava. Aí fui também para o pagode antigo, nos anos 70, com o Fundo de Quintal, e fiquei apaixonado — empolga-se ele, que almeja: — Talvez eu consiga atingir um público jovem, que vai ver de onde eu tirei minhas referências. Porque foi assim que eu fui chegando nessas pessoas.
SESSÃO / EXTRA
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2021-11-29T08:00:00.0000000Z
2021-11-29T08:00:00.0000000Z
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