São Gonçalo irá rever verbas para museus religiosos
Danilo Perelló danilo.azevedo@infoglobo.com.br
▶ Após a repercussão negativa sobre um projeto para distribuir verbas para a criação de museus religiosos, a Prefeitura de São Gonçalo voltou atrás na sua decisão. A polêmica se deu porque, de acordo com a previsão da administração municipal da cidade da Região Metropolitana do Rio, o Museu da Umbanda receberia R$ 10 mil, enquanto o Museu Gospel e o Museu Católico, por exemplo, ganhariam, cada um, R$ 1 milhão.
O orçamento do Plano Plurianual da administração municipal do prefeito Capitão Nelson (PL) previu para o Museu da Umbanda apenas 1% do que foi previsto posteriormente para museus de outras religiões. A diferença de valores fez o deputado estadual Átila Nunes (MDB) apresentar uma denúncia ao Ministério Público do Rio por crime de preconceito religioso e improbidade administrativa.
A prefeitura explicou que voltou atrás e irá rever a previsão orçamentária, destinada ao apoio da construção de museus religiosos no município: “A prefeitura esclarece, ainda, que a previsão destinada ao Museu da Umbanda, culto afro-brasileiro que nasceu em São Gonçalo há 113 anos, mais precisamente no bairro de Neves, não condiz com a importância histórica e cultural da religião. A prefeitura lembra que o valor é uma previsão e que não irá construir nenhum museu religioso, mas sim apoiar iniciativas da sociedade civil que desejam construir”.
São Gonçalo é cidade onde foi criada, em 1908, a Umbanda, religião de matriz africana, mas genuinamente brasileira. Por conta disso, o Pai Fernando de Oxum criou o projeto do museu na cidade.
— Se eles falarem que o aporte vai ser de meio milhão, de R$ 100 mil, dá esperança de isso acontecer. Mas R$ 10 mil é uma coisa irrisória — avalia ele, que, no dia 20, inaugurou o Museu da Umbanda virtualmente, em museumbanda.mus.br.
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2021-11-29T08:00:00.0000000Z
2021-11-29T08:00:00.0000000Z
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