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Sobrou até para quem vive de fazer quentinhas

Vender quentinha não é mais tão lucrativo, e autônomos já pensam em abandonar a atividade. Enquanto os preços dos alimentos e do botijão de gás não param de subir, o valor da refeição não pode aumentar para não afugentar a clientela.

O comerciante Francisco Eudes Barbosa Lima, de 43 anos, precisou mudar o cardápio de suas quentinhas devido ao encarecimento das carnes. Antes, tinha alcatra, bife à milanesa, contrafilé. Agora, só carne de segunda. — A gente trabalha porque tem que trabalhar. A inflação aumentou o preço de tudo, mas tenho que manter os preços de dois anos atrás porque, caso contrário, não vendo nada — desabafou.

Já a autônoma Elaine Moraes, de 43 anos, viu sua renda cair em 30% por não poder repassar o aumento para os fregueses. Com número de pedidos menor, parou de trabalhar às segundas-feiras. Assim, pelo menos, não fica com quentinhas encalhadas em casa.

— Depois da pandemia, as coisas aumentaram, principalmente a carne bovina. Comecei a trabalhar mais com frango. Agora, até o frango está caro — reclama a empreendedora: — Não posso aumentar o preço porque tenho muita concorrência.

A analista do Sebrae Rio, Louise Nogueira, avalia que o cenário tende a permanecer ruim até o início de 2022. Com a reabertura de bares e restaurantes, muitos consumidores pararam de pedir quentinhas em casa. Além disso, vários trabalhadores tiveram perda considerável da renda e, para cortar gastos, deixaram de consumir. Em paralelo à redução da demanda, há a alta dos insumos.

— Sem melhora no curto prazo, a gente sugere diversificar o cardápio e procurar novos clientes. Vá a escritórios que voltaram ao presencial e apresente seu serviço — diz Louise.

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2021-10-24T07:00:00.0000000Z

2021-10-24T07:00:00.0000000Z

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