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Portaria remota pode reduzir custo do condomínio em até 60%

Tendência nos novos empreendimentos, uso da tecnologia desagrada aos moradores mais idosos, que preferem a presença de porteiros

Apresença física de porteiros tem sido substituída em empreendimentos da cidade pela chamada portaria remota (ou virtual). A redução de custos com a folha de pagamentos de funcionários é o principal fator apontado por condomínios, mas nem todos estão aptos a receber esse tipo de sistema. Antes da decisão, é preciso avaliar o perfil do edifício.

A portaria remota funciona por meio de um sistema complexo de câmeras de alta resolução e biometria, fechaduras com travas automáticas e dispositivos de controle de acesso conectados à internet. A tecnologia permite o monitoramento 24 horas do fluxo de entrada e saída de pessoas nos prédios.

Nesses modelos, diferentemente das portarias automatizadas (que utilizam interfone e câmeras), um profissional especializado faz o monitoramento à distância, numa central de atendimento, e entra em contato com o morador para saber se autoriza ou não a entrada de um visitante ou entregador.

O uso da ferramenta é uma tendência nos condomínios mais novos, segundo a gerente de Negócios da Apsa, Vanusa Vieira, e ainda pouco usual nos mais antigos, pelo alto custo que envolve. O principal deles, o valor da rescisão de funcionários, em geral, com anos de vínculo empregatício. Mas também é preciso levar em conta as obras de adequação do prédio para implementação do sistema, que precisam ser aprovadas em assembleia de moradores.

— Condomínios com poucos apartamentos optam por manter o empregado tipo ‘faz tudo’, que atende a demandas dos moradores fora do horário de trabalho e costuma morar no prédio. Mas há exemplos de alguns que aderiram à portaria remota e diminuíram o número de funcionários — diz Vanusa.

A automação das portarias pode reduzir o custo do condomínio em até 60% e ainda tem a vantagem de inibir o risco de invasões, pontua a gerente da administradora — mas há pontos zonas Sul e Norte do Rio, um deles com 12 apartamentos e portaria remota. Nesse caso, os moradores optaram por transferir a economia obtida com a automação para um caixa destinado a obras de melhorias do prédio. Seis meses após a adoção da portaria virtual, o valor economizado chegou a R$ 180 mil, segundo ele.

— É uma solução que se encaixa perfeitamente em prédios com até 25 unidades. Nos de maior porte, a tecnologia pode não ser tão eficiente, porque há um número maior de pessoas circulando, o que demanda suporte presencial — avalia.

Integrante do conselho de moradores de um condomínio com portaria remota, Marcelo Sávio Ferreira diz que a tecnologia melhora o controle de acesso, mas, por outro lado, a presença do porteiro faz falta para os moradores mais idosos.

— A sensação de acolhimento é maior com a presença de um funcionário, e a segurança com a automação não é 100% garantida. Tem ainda o custo com a manutenção dos equipamentos, que demanda a visita de técnicos, em média, três vezes por semana — ressalta.

MORARBEM

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2021-10-24T07:00:00.0000000Z

2021-10-24T07:00:00.0000000Z

https://extra-globo.pressreader.com/article/281934546153291

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