Extra Digital

De olho em 2022, todos apoiam o Auxílio Brasil

Bernardo Mello bernardo.mello@infoglobo.com.br

Buscando reeditar o pico de popularidade que obteve com o auxílio emergencial no ano passado e se viabilizar como candidato competitivo à reeleição em 2022, o presidente Jair Bolsonaro emparedou a equipe econômica com o Auxílio Brasil, de R$ 400 por beneficiário, num movimento que os demais presidenciáveis também evitam confrontar. Em que pesem preocupações com o rombo previsto de R$ 30 bilhões no teto de gastos, aberto a pretexto de acomodar o novo benefício, e com um eventual descontrole da inflação, précandidatos como Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Ciro Gomes (PDT), João Doria (PSDB) e Eduardo Leite (PSDB) ou não se opuseram à reformulação do Bolsa Família ou sugeriram valores ainda maiores, de olho na corrida eleitoral.

Presidentes de partidos e analistas avaliam que seria inviável para pré-candidatos o custo político de ir contra um incremento em benefícios sociais, em um cenário de pobreza e desemprego galopantes. Todos, no entanto, veem obstáculos para que o Auxílio Brasil traga novo salto às avaliações positivas de Bolsonaro, que chegaram a 37% no fim de 2020, segundo o Datafolha, e desceram continuamente até marcar 22% no último mês. Caso o índice se mantenha neste patamar até abril, a chance de Bolsonaro se reeleger seria menor do que oito em cem, de acordo com um estudo da consultoria Eurasia.

O estudo mapeou 224 eleições em diversos países e identificou que a chance de reeleição é maior do que a de derrota quando o candidato tem 40% de aprovação a seis meses do pleito. Para a Eurasia, ainda que “o fim da pandemia e um programa social mais robusto possam impulsionar ligeiramente seus números”, é “improvável” que Bolsonaro volte ao patamar de quando o governo federal começou a pagar o auxílio emergencial de R$ 600.

O PAÍS

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2021-10-24T07:00:00.0000000Z

2021-10-24T07:00:00.0000000Z

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