Extra Digital

Bando está por trás de 1 a cada 5 carros clonados

Por volta de 23h de 30 de agosto, um casal de empresários de 45 e 49 anos passava pela Tijuca, na Zona Norte do Rio, em um Honda HRV branco, quando, ao parar em um sinal fechado da Avenida Heitor Beltrão, foi rendido por dois homens armados. Segundo a Polícia Civil, os criminosos eram da quadrilha de Thiago Fernandes Virtuoso, conhecido como Tio Comel. Tido como o maior clonador de carros do Rio — pois coleciona 48 anotações e participa de pelo menos 20% desse tipo de crime no estado —, ele também teria encomendado e articulado o roubo do Hilux SW4 do cirurgião plástico Cláudio Marsil, morto com um tiro na cabeça, quando chegava à clínica da qual era sócio, na terçafeira, na Barra da Tijuca.

De acordo com o delegado Márcio Braga, titular da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA), inquéritos da especializada apontam que os bandidos têm preferência por roubar carros de luxo do modelo Sport Utility Vehicle (SUV) — utilitários esportivos que costumam ter porte avantajado —, avaliados em mais de R$ 100 mil.

Os veículos, então, são levados para o alto do Morro do Turano, na Tijuca, onde há oficinas com equipamentos sofisticados para realizar a adulteração. Com produtos químicos, retiram a numeração original dos chassis, motores e vidros e, com um laser, remarcam novas informações, em processo semelhante ao das montadores. Na comunidade, são feitos novos documentos, e os veículos são revendidos para dentro e fora do Rio, com um valor 30% mais baixo do que o original.

— É importante destacar que, nesses casos, a figura do receptador é tão vil quanto a de todo o restante da quadrilha. A pessoa com alto poder aquisitivo encomenda um carro mais barato, querendo se beneficiar financeiramente e achando que não está cometendo um crime. Mas essa ação pode gerar, sim, vítimas feridas e até mortas — alerta o delegado.

Aos 35 anos, Tio Comel foi levado para uma delegacia pela primeira vez poucos meses após completar a maioridade, por tentar matar um policial civil, no Centro. Ele estava com um comparsa, Rubens Valério da Silva Justo, em uma moto, em abril de 2004, quando os dois foram pegos e levados à 5ª DP (Mem de Sá).

POLÍCIA

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2021-10-24T07:00:00.0000000Z

2021-10-24T07:00:00.0000000Z

https://extra-globo.pressreader.com/article/281711207853899

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