Quanto mais inclusão, melhor

Fundador e CEO do Instituto Rodrigo Mendes, o especialista em educação inclusiva Rodrigo Hübner Mendes afirmou, no painel “Educação inclusiva: benefício para todos”, que o modelo de escolas especiais — destinadas exclusivamente a crianças com deficiências e defendido pelo governo Jair Bolsonaro — mostrou-se ineficiente.

— O modelo de educação segregada já foi testado por décadas e fracassou — explicou. — O que se aprendeu, nas evidências, é que o melhor caminho é a escola comum.

Mendes explicou que uma política de inclusão adequada requer a garantia do convívio da criança com deficiência

com o restante da escola, sob os mesmos currículos, e que os professores mantenham expectativas altas em relação a todos os estudantes. No modelo especial, disse Mendes, as pessoas acabam se tornando adultos totalmente dependentes da família ou dos serviços sociais. — A escola especial nasceu da ideia de que a deficiência representa uma impossibilidade de a pessoa se desenvolver plenamente. Por isso, precisaria de um atendimento apartado. No entanto, é a falta de interação, de estímulos e de desafios que quase determinam até onde essas pessoas podem se desenvolver — afirmou o especialista, destacando que o desafio é tornar as escolas mais acessíveis, após a quantidade de alunos com deficiência em classes regulares ter dobrado desde 2011.