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A escola que queremos

Educação 360 Internacional debate a educação em tempos pós-pandemia

Quais são os impactos da pandemia sobre as escolas do país e sobre a saúde mental de crianças e jovens brasileiros? Como os professores usarão as tecnologias digitais de agora em diante? Essas e outras questões foram abordadas no Educação 360 Internacional, evento que coloca em debate temas urgentes do campo educacional. O encontro, em formato on-line e gratuito, contou com a participação de professores, educadores, estudantes, pesquisadores, médicos e escritores, nos dias 14 e 15 de setembro, e teve mediação do jornalista Antônio Gois.

Na abertura do evento, o educador e escritor finlandês Pasi Sahlberg tratou das incertezas no contexto da educação. A pandemia, segundo ele, acelerou uma mudança de paradigma nesse campo. Sahlberg, que já atuou como consultor em reformas educacionais de diversos países, lembrou que os sistemas educacionais estavam em crise mesmo antes da crise sanitária. Havia 260 milhões de crianças fora da escola e uma queda na média do desempenho dos alunos, ainda que os investimentos em educação no mundo viessem aumentando nos últimos 20 anos:

— O paradigma em crise era baseado em padronização e competição. Então vivemos algo disruptivo, que foi a pandemia global.

Neste novo cenário, segundo o educador, há a necessidade de algum grau de flexibilização de escolas e professores, além de profissionalismo, criatividade e confiança, o que facilita respostas rápidas.

Na avaliação do educador, uma lição fundamental a ser aprendida é a de que devemos deixar para trás o ensino universal, igual para todo mundo, em busca de um ensino individualizado. Isso não significa, porém, o acirramento da competição:

— Todos têm algo a contribuir. A ideia de que o vencedor leva tudo deve ser substituída por um modelo colaborativo. Devemos deixar de lado também tarefas e questões que tenham apenas uma resposta certa e seguir em busca de um modelo com resultados abertos, diz:

— Isso nos dá a oportunidade de aprendermos que existem diferentes formas de se chegar a um objetivo

— afirmou Sahlberg, que hoje é professor de Política Educacional na Universidade de New South Wales, em Sydney, Austrália.

Logo após a palestra, a educadora Guiomar Namo de Mello, diretora da Ebrap (Escola Brasileira de Professores), fez comentários sobre o tema. Para ela, a saída da crise educacional brasileira passa pela confiança nos professores:

— Ensinar é agir na urgência e decidir na incerteza. É preciso confiar no professor.

Devemos investir nos docentes, defendeu a educadora. Isso significa ter uma política no país que englobe a formação inicial na faculdade, a educação continuada, o ingresso no sistema, o período probatório, a carreira e a remuneração.

O Educação 360 Internacional é uma realização dos jornais EXTRA, O Globo e Valor Econômico, com patrocínio do Grupo SEB, apoio do Itaú Social e apoio institucional de Unicef, Unesco, Futura e Fundação Roberto Marinho.

Segundo Chaim Zaher, CEO do Grupo SEB, ter uma educação de qualidade é fundamental para que o Brasil se desenvolva plenamente:

—É por isso que apoiamos iniciativas como o Educação 360. Debates relevantes sobre educação são indispensáveis para o desenvolvimento do país.

Para Angela Dannemann, superintendente do Itaú Social, em tempos em que crenças se sobrepõem à ciência, eventos como este tornam-se ainda mais necessários:

— É preciso buscar os caminhos para retomar o aprendizado e promover a educação integral de nossas crianças e jovens, contemplando não só as necessidades cognitivas, mas também as físicas, sociais e emocionais.

Para Pasi Sahlberg, o ensino universal deve ser substituído por um ensino individualizado

Para Guiomar Namo de Mello, a saída da crise educacional passa pela confiança no professor

EXTRA

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2021-09-20T07:00:00.0000000Z

2021-09-20T07:00:00.0000000Z

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