Missa de Kathlen reúne a família aos pés do Cristo
Missa para Kathlen é celebrada no monumento, iluminado de rosa
Rafael Nascimento de Souza rafael.souza@extra.inf.br
Foi uma homenagem emocionante aos pés do Cristo Redentor, um símbolo do Rio que a carioca Kathlen Romeo sonhava conhecer. Cerca de 60 parentes e amigos estiveram ontem à noite no santuário para participar da missa de sétimo dia da jovem, que, aos 24 anos e com 14 semanas de gestação, morreu ao levar um tiro de fuzil no peito no Complexo do Lins, na última terça-feira. Em tributo a ela, o monumento foi iluminado na cor rosa.
— Ela queria tanto conhecer este lugar. Eu me lembro da Kathlen tentando combinar um passeio ao Cristo Redentor com toda a família; minha neta queria agradecer pelo bebê que esperava — disse Saionara de Oliveira, que estava com a jovem quando ela foi morta. — Tenho a certeza de que, de alguma forma, nossa menina está aqui.
Os pais de Kathlen, o personal trainer Luciano Gonçalves e a administradora Jackeline de Oliveira Lopes, choraram muito durante a missa, celebrada pelo padre Omar. O viúvo, o designer gráfico e tatuador Marcello da Silva Ramos, também não conseguia conter as lágrimas. Durante toda a cerimônia, ele segurava uma grande foto da mulher, que era designer de interiores, modelo e vendedora de uma loja de grife.
— O que está nos deixando de pé são as orações das pessoas que se compadeceram com o nosso sofrimento — disse o pai de Kathlen.
A mãe completou:
— A saudade é imensa. Parece que foi ontem, não sei como vai ser, porque só piora, mas eu peço a Deus que ela esteja no paraíso. Eu só preciso de justiça.
Padre Omar, que havia ido à Delegacia de Homicídios da Capital, na Barra da Tijuca, para confortar os parentes de Kathlen no dia em que prestaram depoimentos, cobrou o fim da violência:
— Esta é uma noite marcada por solidariedade e busca de resposta. E também de conforto, que o nosso abraço seja a extensão do Redentor. A cada dia famílias perdem seus filhos. Não podemos viver assim.
PMs alegam que, quando Kathlen foi morta, traficantes os atacaram, dando início a um confronto. Saionara afirma que não houve troca de tiros. A Polícia Civil, o Ministério Público e a própria Polícia Militar apuram o caso.
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2021-06-15T07:00:00.0000000Z
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