Extra Digital

Depois da morte, o medo

Moradores de 28 regiões do estado temem disputas pelos negócios de Ecko

Paolla Serra paolla.serra@infoglobo.com.br Rafael Nascimento de Souza rafael.souza@extra.inf.br

A morte do homem que era apontada como chefe da maior milícia do Rio, Wellington da Silva Braga, o Ecko, não proporcionou a tão esperada paz a milhares de moradores do estado. Em nada menos que 29 regiões subjugadas pelo criminoso, o clima é de medo, por conta de uma iminente disputa pelo milionário faturamento das atividades que ele controlava, da venda de botijões de gás à cobrança de taxas de segurança.

Moradores relataram a presença de bandidos invasores em vários bairros da Zona Oeste. Um vídeo que circula nas redes sociais mostra uma movimentação de um “bonde”. Entre a noite de domingo e a madrugada de ontem, dezenas de homens encapuzados e armados com fuzis teriam tomado a comunidade de Manguariba, em Paciência. A Polícia Civil investiga a informação. Por enquanto, a ordem é monitorar os redutos do grupo de Ecko, mas operações poderão se realizadas para conter uma eventual explosão de violência.

O miliciano Danilo Dias Lima, o Tandera, que rompeu uma aliança com Ecko em dezembro do ano passado, estaria de olho em territórios de seu antigo aliado. Porém há outras duas possibilidades que serviriam como estopim de uma grande guerra. Uma delas seria uma ofensiva da maior facção do tráfico do estado. A outra, uma disputa interna na quadrilha que perdeu seu chefe. Dois irmãos do bandido morto estariam na linha de sucessão: Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, que está foragido, e Wallace da Silva Braga, o Batata, preso recentemente pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos

Irmãos do criminoso e miliciano rival podem iniciar confrontos, afirma delegado

Especiais (Draco/IE).

— Já havíamos pontuado esses três cenários. Eles estão em aberto. A inteligência apura todos os vídeos e queremos saber onde e quando foram gravados — afirmou o delegado Willian Pena Júnior, titular da Draco/IE.

Ecko foi morto no sábado, enquanto visitava a mulher na comunidade Três Pontes, em Paciência, seu principal reduto. Era monitorado por investigadores e estava sem seguranças, situação que indica uma fragilidade inimaginável para quem comandava centenas de homens. Segundo investigadores, ele já não era uma “unanimidade” entre milicianos.

POLÍCIA GUERRA DO RIO

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2021-06-15T07:00:00.0000000Z

2021-06-15T07:00:00.0000000Z

https://extra-globo.pressreader.com/article/281629603219333

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