#VasPix traz desafios

Especialistas elogiam o movimento dos torcedores, mas ressaltam o papel do clube na gestão de campanhas

No fim de semana passado, a torcida vascaína se engajou em novo movimento coletivo de ajuda ao clube. Os cruzmaltinos descobriram a chave do serviço Pix que permitia transferência de valores à conta bancária do Vasco e, de forma espontânea, iniciaram um movimento de arrecadação.

A #VasPix, como a torcida denominou a “campanha”, não partiu da diretoria cruzmaltina, que posteriormente mostrou apoio ao movimento.

Até a última divulgação, mais de três mil pessoas já haviam feito transferências, e a arrecadação chegou a R$ 388 mil. O clube prometeu investir o valor nas categorias de base e prestar contas das doações.

O movimento, iniciado no sábado, veio no dia seguinte à divulgação do balanço financeiro do Vasco, que revelou um crescimento da dívida total do clube, hoje em R$ 832 milhões. O timing levantou uma discussão entre os torcedores: afinal, tantos movimentos de ajuda ao clube em meio às dívidas trazem uma imagem positiva ou negativa para possíveis investidores?

— Eu não vejo como negativo, em nenhum ponto. Se a administração estiver fazendo a parte dela, essa ação (de torcedores) cresce ou se transforma em outras ações — explica Renê Salviano, executivo de marketing esportivo e ex-diretor comercial do Cruzeiro.

Na visão de Renê, o movimento é uma oportunidade do clube analisar dados e adotar estratégias internas para novas interações com o torcedores, mas é preciso ter a cautela de intercalar ações que pedem cooperação com a torcida.

— O torcedor entende que o programa sócio-torcedor é a principal ajuda dele. Eu entendo que a instituição tem que indicar os momentos de determinadas campanhas. E o principal, a gestão tem que mostrar o que está fazendo e para onde quer ir — diz.

R$ 388 mil

Campanha de torcedores já conta com três mil participantes