Extra Digital

Ela ganhou o mundo

Com Vitória até no nome, jovem de Magé ganha bolsas em universidades no exterior

Flávio Trindade flavio.trindade@rpa.infoglobo.com.br

Aos 13 anos de idade, a estudante Vitória do Espirito Santo Teixeira tomou uma decisão: quando terminasse o ensino médio, iria estudar em uma universidade fora do Brasil. Filha de uma família humilde de Magé, na Baixada Fluminense, e estudante da rede pública de ensino, a jovem ouviu ao longo dos anos que pessoas como ela não conseguiriam tal feito. Não deu bola para os pessimista: seguiu em frente com seus sonhos e, após cinco anos, a recompensa veio. Ela foi aprovada nos processos da Universidade de Wisconsin-Madison,

nos Estados Unidos, e na Universidade Northwestern, no campus do Catar. Além disso, está na lista de espera do Rhodes College, outra universidade americana.

A escolha já foi feita, Vitória em breve seguirá para o Catar. A escolha se deu pelo fato de ter conseguido uma bolsa de 95% do valor do curso. Para completar os 5% restantes, ela deu início a uma vaquinha online para arrecadar R$ 40 mil. Já conseguiu quase R$ 13 mil. Para quem quiser contribuir, o endereço é https:// www.vakinha.com.br/vaquinha/vitoria-na-northwestern-university-qatar.

— Quando eu tinha 13 anos, vi uma reportagem sobre um menino aqui do Rio que estudou no Cefet e foi aprovado em Harvard. Aí passavam as imagens da universidade, contava a história. Vi que queria aquilo também. Teve gente falando que eu era pobre, que não iria conseguir. Eu saía de perto, não deixava aquilo me abalar. Sempre tive a certeza de que não precisava provar nada para ninguém — disse Vitória.

APESAR DA PANDEMIA

Vitória estudou desde o sexto ano do ensino fundamental no Colégio Estadual Coronel Sergio José do Amaral, onde terminou o ensino médio em 2019. Tida por professores como aluna de dedicação exemplar, sempre teve boas notas e participou do grêmio estudantil, grupos de estudos e ações entre estudantes, como de combate ao bullying. No ano passado, com a pandemia, intensificou os estudos e, sozinha, fez todas as etapas das seleções, entre redações, provas e entrevistas. Muitos estudantes que concorrem a vagas em universidades estrangeiras contratam serviços de mentoria, que podem custar até R$ 150 mil.

— Quando chegou a Covid-19 e o lockdown, fecharam os lugares onde se fazia o SAT (espécie de vestibular unificado norte-americano, equivalente ao ENEM). Então, eu acabei não conseguindo fazer, mas eu pude aplicar porque era opcional.

Filha única, ela garante que vai aproveitar os últimos meses até o embarque, previsto para agosto, na companhia dos pais.

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2021-05-07T07:00:00.0000000Z

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