Qual é a meta?

GILMAR FERREIRA gilmar@extra.inf.br

2023-11-20T08:00:00.0000000Z

2023-11-20T08:00:00.0000000Z

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JOGO | EXTRA

▶ Independentemente do resultado do confronto com a seleção da Argentina, amanhã à noite, no Maracanã, está claro que pouco ou quase nada será aproveitado para o ciclo de preparação para a próxima Copa do Mundo. Quer dizer: levando em consideração que o Italiano Carlo Ancelotti irá mesmo assumir os trabalhos em junho do ano que vem e que após este confronto com os argentinos o time fará apenas mais dois jogos amistosos, não há muito o que se esperar deste período nas mãos do treinador do Fluminense. A seleção brasileira dirigida por Ramon Menezes em três jogos amistosos no pós Copa do Mundo do Catar não teve a menor conexão com o trabalho de Fernando Diniz nos cinco das Eliminatórias e este, por sua vez, também não terá vínculo com aquele que, espera-se, será realizado pelo hoje treinador do Real Madrid. Entre eles, a fama de um futebol cinco vezes campeão do mundo sendo tocada sem um projeto esportivo para seu maior símbolo. Um ano jogado no lixo por uma CBF relaxada e perdida entre denúncias de assédio. A culpa é de Fernando Diniz e seu jeito ousado de formar equipes competitivas? Não, claro que não. Em qualquer organismo esportivo, o técnico é parte de um processo que visa a obtenção dos melhores resultados. E isso não tem ligação com o fato de o treinador ser um adepto do jogo posicional — ou não. Tem a ver com cumprimento de metas. E alguém aí sabe dizer qual é a meta da CBF? Ou sabe ao menos quem cobra do técnico uma estratégia que vise à defesa da imagem da seleção perante o público, os oponentes e o próprio mercado publicitário? Não há nada, minha gente. A falta de um gestor na direção do departamento é prova irrefutável do pouco caso que Ednaldo Rodrigues faz com a seleção. E por isso não surpreende que uma derrota para os atuais campeões do mundo possa empurrar o Brasil para o sexto ou sétimo lugar no quadro de classificação das eliminatórias sul-americanas. Porque a cabeça do baiano que gosta de agradar os presidentes de federações nunca esteve no “processo”, mas no objetivo. E só pensa no processo quem sabe como chegar ao objetivo. O presidente da CBF não deu à sucessão de Tite a importância que deveria ter dado. Por isso, quando (e se!) você, por acaso, se decidir por escolher um culpado para o momento da seleção brasileira. Poupe o mordomo da vez.

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